Hey folks,
No seguimento do post que a A. fez há alguns dias atrás sobre o filme Avatar, lembrei-me de escrever uma breve introdução às técnicas utilizadas para criar o efeito 3D presente em alguns dos filmes mais recentes.
Para começar, convem ter em consideração que o Avatar foi lançado, para além do formato tradicional de projecção a 2D, em vários formatos a 3D: RealD, Dolby e IMAX.
Destes últimos, vou apenas falar no RealD, que é de longe o mais utilizado (menores custos de instalação e manutenção), e porque foi neste formato que todos nós vimos o filme. Mas afinal como funciona o RealD?
Bem, o que é necessário é um projector e uns óculos, sendo que ambos possuem filtros polarizadores. O projector envia informação (luz) polarizada individualmente para o olho direito e para o olho esquerdo do espectador (basicamente este recebe 2 versões do mesmo filme, uma para cada olho). Os óculos têm função inversa: usando um filtro de polarização exactamente contrário ao do projector, garante que cada olho vê apenas a informação que a ele se destina. O que acontece se não usarmos os óculos? Nesse caso cada olho recebe toda a luz transmitida pelo projector, e isso explica aquela sensação de sobreposição de imagens que certamente todos nós notámos quando, por breves momentos, tentámos perceber como seria o filme "ao natural".
É este acto de enviar cada cena do filme para cada um dos olhos, representando-a de uma perspectiva ligeiramente diferente, que resulta numa sensação de profundidade e no pretendido efeito 3D.
Para terminar, é de referir que um dos problemas destes sistemas usando luz polarizada é a atenuação que a luz sofre ao passar pelo polarizador do projector. Os óculos tendem a compensar essa perda, usando lentes ligeiramente escurecidas por forma a diminuir igualmente a intensidade da luz ambiente. No final temos, portanto, uma perda do brilho global, mas o contraste percepcionado pelo espectador, que será provavelmente mais importante, é mantido.
(Imagem retirada da internet) |